Religiões Radicais

Radicalismo religioso

Uma pessoa tem a vida um tanto quanto desregrada. Sua família, seu casamento, seu emprego, sua vida pessoal, tudo vai mal. Talvez tenha dívidas, ações na justiça, entre outras coisas. As religiões radicais vão ajudar a resolver tal situação. Vão ordenar a vida de tal pessoa, organizar, melhorar.

Pode acontecer também da pessoa viver uma vida boa, com sua família, emprego, formação superior, abundância financeira, etc. Tais pessoas também podem passar por uma crise de identidade, de valores, e religiões radicais podem acabar ocupando tal espaço, dando sentido para vida de tais pessoas.

Ocorre que  tais religiões radicais passam a tolher a liberdade dos seus fiéis, primeiramente a liberdade de pensamento. E como pensar é, em tese, o que nos faz humanos, tais pessoas têm sua humanidade relegada ao comando de outras pessoas. Há o risco de se tornar parcial ou totalmente escravizada, e intolerante para com todos aqueles que não sustentam a mesma identidade religiosa que a sua. Essa é a essência do fanatismo. "Você não faz parte do meu grupo, logo, não pode ser bom!" Tudo o que tais pessoas passam a pensar em termos de dogmas, doutrinas, opiniões, tem que estar de acordo com o que pensa a liderança de tais religiões.

E é trabalhado muito o elemento culpa nestas comunidades. "Lembre-se de onde e como você estava"! Deus te ajudou (na verdade, o que querem dizer é "olha como te ajudamos". E aí, a culpa associada ao medo de que algo pior venha a ocorrer no caso de uma eventual rebeldia, tais pessoas se permitem escravizar por anos a fio. Eu mesmo fiz parte de um movimento em que, quando você entrava, tinha que fazer uma lista de pecados que ficava guardada com a liderança. Se você pensasse em sair, eles jogavam a lista a sua cara!

Outra liberdade que passa a ser tolhida é a de ação. Para tudo, há a necessidade de uma especial autorização. Onde trabalhar, quando e para onde viajar, com quem casar, que curso estudar. Tudo fica dependendo do criterioso análise dos líderes do movimento. Há comunidades que vão incentivar inclusive o fiel a sair de sua própria casa, manipulando as palavras do evangelho!

Não há nada errado se aconselhar com pessoas mais experientes, e até desejável que assim seja. Para isso existem os presbíteros (anciãos), professores, etc. E o aconselhador sabe que pode ser seguido ou não. Mas nestas religiões abusivas, cada aspecto da vida do fiel passa a ser controlado. Pior ainda se for do tipo de religião violenta, que mata em nome de Deus. Que pune com a morte quem virar as costas para determinada religião. Que quer impor um governo do  tipo teocrático. Talvez seja um dos maiores desafios da atualidade, em muitos lugares.

Realmente não é fácil escapar de uma cilada, de um grupo assim. Em alguns casos, pode ser que seja preciso demandar anos de tratamento psicológico ou psiquiátrico. Existem grupos de apoio de pessoas que pertenceram a determinadas religiões. A religião não deveria deixar uma pessoa pior, mas infelizmente, muitas vezes é isso o que acontece.

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