Um pai segundo o coração do Pai
Portanto,
vós orareis assim: Pai nosso, que está nos céus... (Mateus 6.9)
Jesus nos ensinou a
chamar a Deus de Pai. Não ensinou a chamar de mãe. Se quisesse, ele poderia ter
feito isso, mas não o fez. Ele quebrou muitos paradigmas, mas não ao ponto de
dizer que tanto fazia chamar a Deus de pai ou de mãe. Isso não significa, a meu
ver, nenhum tipo de superioridade do homem em relação à mulher, mas sim que há
algo referente ao comportamento masculino que do homem é exigido, e que tem o
próprio Deus como modelo. Em tempos como os nossos, muitos não aceitariam este
tipo de constatação baseada nas Escrituras, e este texto não pretende convencer
ninguém, mas somente argumentar de maneira prática e devocional quais seriam as
características de um “pai segundo o coração do Pai”. Um pai que siga o exemplo
do nosso Grande Pai em seu ofício, em sua função. Como cristão que crê na
autoridade das Escrituras, entendo que há algo no ofício de pai, que nos remete
a Deus. Ou algo em Deus, que nos remete à paternidade. Quais seriam, portanto,
algumas das características de um pai segundo o coração do Pai?
Em primeiro lugar, um
pai segundo o coração de Deus, é alguém
que lhe procura ter como modelo. Alguém que quer ter um coração igual ao de
Deus. Para chegarmos cada vez mais a uma compreensão de quem Deus é, precisamos
estudar os seus atributos contidos nas Sagradas Escrituras. Por exemplo,
sabemos pelas Escrituras que Deus é Santo, Misericordioso, Justo, Compassivo,
Benigno, Maravilhoso, Provedor, Amor, entre muitos outros. Cuidam-se do que em
teologia chamamos de atributos comunicáveis de Deus, ou seja, aqueles atributos
que o Criador comunica às suas criaturas. De algum modo, o pai terreno deve
trazer a lembrança de Deus à sua família e aos seus filhos. O verdadeiro homem é
aquele que lembra Deus. Este é um desafio para toda a vida. Somente o Espírito pode nos ajudar neste ministério, pois é preciso saber o momento de ser brando, severo, sério, sereno, entre outras coisas.
Diante
disso, um pai segundo o coração do Pai é
aquele que conduz a sua família a Ele. Josué chegou a dizer dos seus: “Porém,
se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais: se aos deuses
a quem serviram vossos pais, que estavam dalém do Eufrates, ou aos deuses dos
amorreus, em cuja terra habitais. Eu e a
minha casa serviremos ao Senhor” (Josué 24.15).
O pai deveria ter grande
interesse e dedicação em conduzir a sua família no serviço
e na adoração ao Senhor. É muito triste a realidade atual, em que muitas vezes,
o próprio pai é aquele que menos se dedica ao conhecimento do Senhor e à prática
da religião cristã. O pai deveria conduzir os cultos domésticos, o tempo de
oração em comum, a vida com Deus, a sua família ao lugar de culto público,
ser exemplo de caridade e amor. É uma verdadeira lástima que hoje em dia muitos
pais dão de ombro ao evangelho. Prestarão contas por tal omissão. É claro que não deverá impor nada a nenhum membro de sua família, mas no que couber a ele, deve servir de exemplo.
Um pai segundo Deus é
também aquele que governa bem a sua própria
casa, segundo as Escrituras. Paulo escreveu para Timóteo: “Fiel é esta
palavra: Se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja. É necessário,
portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante,
sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar; Não dado ao vinho, não
violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento, e que governe bem a sua própria casa,
criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito”. (1 Timóteo 3.1-4).
Governar bem a sua própria
casa, no sentido de administrá-la, é um requisito para que alguém se torne
bispo/presbítero da igreja do Senhor. Logo, é algo esperado de alguém experiente,
que serve a Deus, e que é modelo para a comunidade. Um pai não pode ser alguém
ausente, que coloque sobre os ombros da mãe o cuidado e a educação dos filhos. Não.
Um pai de verdade tem que estar integrado com tudo o quanto acontece dentro de
seu lar.
Um pai segundo o coração
do Pai também é aquele que ama sua mulher
assim como Cristo amou a igreja, conforme está escrito, em Efésios 5.25-29
e seguintes:
Maridos,
amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se
entregou por ela. Para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da
lavagem da água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem
mácula, nem ruga, nem cousa semelhante, porém santa e sem defeito. Assim também
os maridos devem amar suas mulheres como a seus próprios corpos. Quem ama a sua
esposa, a si mesmo se ama. Porque ninguém jamais odiou a sua própria carne,
antes a alimenta e dela cuida, com também Cristo o faz com a igreja, porque
somos membros do seu corpo.
O amor à esposa é
aquilo que melhor poderá trazer segurança para os próprios filhos. O casamento é
tão importante que serve de analogia para o próprio modo com que o Senhor se
relaciona com sua igreja. Embora o pai seja responsável pela educação dos
filhos, ele fará melhor tal ministério amando sua esposa, e estando em busca da
harmonia com ela. Isso será sentido na própria tranquilidade do lar. Pais educam
e exercem melhor sua autoridade de estiverem com o mesmo coração e pensamento.
Estas são algumas das
características de um pai que quer se tornar cada vez mais parecido com Deus. Que
o Senhor nos ajude, a todos nós que somos pais, nesta tão valiosa missão.
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